O Renascimento de André Pilarte e o austero "Estilo Chão"

Descobrir

O Renascimento de André Pilarte e o austero "Estilo Chão"

TAVIRA
6 Pontos
Na primeira metade do século XVI a sociedade da mais próspera cidade do Algarve encontrava-se dotada de recursos, apta a construir e a ornamentar novos templos e palácios com obras de mérito artístico. Desde cedo Tavira torna-se num centro de grande atividade arquitetónica marcada pela aceitação do novo gosto italiano, renascentista, facto denunciado nos inúmeros documentos em que se encomendam obras “ao romano”, “de pedraria romana”, de “romano moderno”. Figura ímpar no contexto da paisagem construtiva não só de Tavira, mas de todo o Sotavento algarvio, neste período, é seguramente o arquiteto local André Pilarte. Artista muito valorizado em Tavira, era oriundo dos estaleiros do mosteiro dos Jerónimos em Lisboa, no qual trabalhou. Por volta de 1530 estava já radicado em Tavira, sua cidade natal, onde traça e dirige a construção da igreja da Misericórdia (1541-51) e realiza outras importantes obras renascentistas. A partir da segunda metade do século XVI começa a ser indisfarçável o declínio económico e estratégico da cidade, agravado pelo abandono de algumas possessões no Norte de África, pelo domínio espanhol e pelo progressivo assoreamento do rio Gilão, contribuindo para a diminuição do movimento comercial do porto de Tavira. Apesar da perda de importância da cidade continuam a surgir novas construções, erguidas já dentro do austero “estilo chão”, estilo caracterizado pela sobriedade formal e pelo despojamento decorativo, valores que farão fortuna na arquitetura até ao eclodir do barroco no século XVIII.

Antigo Convento de Nossa Senhora da Graça

Loggia do Palácio da Galeria

Casa André Pilarte

Igreja de Nossa Senhora da Ajuda (ou de São Paulo)

Igreja da Misericórdia

Palácio da Galeria