Descobrir
Platibandas e olivais
Tavira
2 PontosParta da Rotunda da Vela na ER 125, em direção a Olhão e, a 300 metros à direita, vire em direção a Santo Estêvão, observe os campos com amendoeiras e alfarrobeiras. Cerca de quatro quilómetros depois, do lado esquerdo, encontra o Poço de Sinagoga continue, durante 900 metros, até uma bifurcação, siga sempre pela direita até à aldeia de Santo Estêvão. Ao lá chegar visite a igreja matriz que reporta ao século VIII e que evoluiu a partir de uma ermida tardo medieval, cuja construção se desconhece a data, mas que se sabe, em conformidade com os registos que já existia nos finais do século XVI. Trata-se de uma igreja de uma só nave, composta por três capelas e cujas imagens são dos séculos XVII e XVIII. O santo padroeiro, Santo Estêvão, encontra-se no nicho central do altar-mor. Ainda se podem observar, no chão da igreja, algumas sepulturas datadas do início do século XVII. A sacristia dispõe de um belo arcaz em madeira.
No largo Dr. Carlos Picoito (largo da igreja), observe o casario em volta, onde ainda são preservadas magníficas platibandas concebidas à época por verdadeiros artistas. Normalmente, eram as pessoas com mais posses que tinham condições para mandar executar estes trabalhos.
Próximo da igreja encontra-se um poço público, aberto no ano de 1875, que foi afundado em 1926. Este é, apenas, um dos oito poços que a Junta da Paróquia, no decorrer do século XIX, mandou abrir para abastecimento de água à população. Junto ao poço, como aliás acontecia em todos eles, existiam pias feitas em pedra, onde os agricultores, diariamente, no início do dia e ao fim da tarde levavam os seus animais a matar a sede.
Retome o seu percurso em direção a Santa Catarina da Fonte do Bispo, seguindo a placa junto à farmácia que indica a A22. Ao encontrar uma bifurcação siga a estrada à sua esquerda. Prossiga em direção a Monte Agudo, observe a paisagem, tipicamente algarvia, composta pelos tradicionais pomares de sequeiro com árvores centenárias, desde alfarrobeiras, oliveiras, amendoeiras e figueiras. De acordo com os registos, esta freguesia foi muito rica em caça e, sendo uma zona rural, os agricultores viviam da produção de alfarroba, amêndoa, azeite (chegou a haver oito lagares na freguesia), vinho, negócio de lenha, carvão e cal. As casas típicas do barrocal, que se encontram espalhadas pelos montes, tinham a particularidade de ter um forno para cozer o pão e uma cisterna para ter água para o consumo da casa.
Ao chegar ao cruzamento (4 estradas), vire em direção a São Brás de Alportel. Ao longo do percurso, do seu lado direito (Vale da Assêca), verá alguns telheiros. Esta zona rica em solos calcários e argilosos determinaram o desenvolvimento do artesanato e da indústria cerâmica, sendo produzidos vários materiais utilizados na construção algarvia (mediterrânica): a telha mourisca, a tijoleira, os azulejos e o tijolo burro. Primeiro encontra Fonte do Bispo e depois Santa Catarina. A aldeia, que tem como padroeira Santa Catarina, está rodeada de figueiras, oliveiras, amendoeiras e pomares que contribuem em grande parte para a produção de azeite, licores e aguardentes.
À entrada de Santa Catarina da Fonte do Bispo encontra, à sua direita, o Núcleo Museológico da Cooperativa Agrícola de Santa Catarina que conserva um antigo lagar industrial e onde o visitante toma conhecimento do passado da atividade olivícola, da reconstituição do processo de fabrico do azeite e a funcionalidade na cadeia de produção. Siga em direção ao centro da aldeia. Estacione a viatura, percorra as ruas estreitas e observe a Igreja Matriz de Santa Catarina da Fonte do Bispo, do século XVI, inicialmente construída com formas manuelinas, conjugadas depois com o modelo renascentista. No século XVIII, as obras de remodelação ocorridas conferiram formas barrocas ao remate da fachada. No interior de três naves destaca-se a tela "Juízo Final".
Se quiser partir à descoberta da autêntica serra, siga de carro até ao final da Rua 1.º de maio, vire à direita em direção a São Brás de Alportel e, cerca de 100 metros depois, em direção a Porto Carvalhoso. Mantendo este sentido inicia uma viagem de paisagens magníficas. Ao longo do percurso, verá placas indicativas de alguns montes tipicamente serranos como: Alqueivinho, Malhada do Nobre, Bemparece, Água de Tábuas (onde pode descansar no parque de merendas), Cruzes, Malhada do Judeu, Alcorvel, Eira do Lobo, Funchal, Amendoeira e Alcaria Fria. Se tiver curiosidade em conhecer algum destes montes faça um desvio, mas depois regresse pelo mesmo caminho em direção a Alcaria do Cume, o ponto mais alto de Tavira, com 535 m. Neste local, aproveite para apreciar a panorâmica e descansar. Regresse de novo pela mesma estrada, até Santa Catarina da Fonte do Bispo, ou siga, durante cerca de 400 metros. Aí vire à direita e desça por uma estrada de terra batida, passando por Carvalhal, Malhada do Rico, Eira do Lobo, Umbria, onde existe um parque de merendas, siga pela esquerda em direção a Morenos. Antes de regressar à N270 em direção a Tavira, opte por uma destas possibilidades: virar, a cerca de 1400 metros, para Eiras Altas, e apreciar uma magnifica vista ou seguir em frente. Ambas as alternativas levar-lho-ão até à N270, onde deve virar no sentido de Tavira.
Regresse em direção à cidade, até chegar ao cruzamento das 4 Estradas, vire à esquerda em direção Asseca/Cachopo 3,3 km depois, à sua direita, encontra a Fonte das Cabras, construída em 1935 e restruturada em 1963. Esta fonte tem a particularidade de, mesmo em anos de grande seca, nunca faltar água. Aproveite para relaxar. Continue o seu percurso, ao longo do Rio Séqua/Gilão, desfrute da paisagem coberta por pomares de laranjeiras e figueiras.
Na freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo pode, ainda, usufruir de alguns percursos pedestres.