O ponto de partida para esta descoberta começa, na Praça da República , com o rio Gilão e a ponte antiga como pano de fundo. Nela situa-se o edifício dos Paços do Concelho , o qual apresenta, na fachada, o brasão da cidade e, no canto direito, segundo a tradição, o rosto esculpido de D. Paio Peres Correia. No centro desta praça ergue-se o monumento de homenagem aos combatentes da I Grande Guerra Mundial. Frente ao edifício da Câmara Municipal de Tavira encontra-se o Posto de Turismo do Algarve e o Núcleo Museológico Islâmico . Neste espaço, o visitante pode observar um significativo troço da muralha islâmica que protegia a cidadela e os distintos artefactos, como a Torre de Roca, um tinteiro do séc. XIII, uma caçoila de oito asas e o “Vaso de Tavira”. Depois de visitar o Núcleo, vire à direita, suba a escadaria, passe a Porta de D. Manuel I e entre na “Vila a Dentro”, onde encontra um vasto património cultural que é testemunho da importância histórica de Tavira e sede de algumas associações culturais que dinamizam atividades de cariz cultural e artístico. Esta porta terá sido aberta ou remodelada, no reinado de D. Manuel I (1495-1521), para permitir a comunicação com a então Praça da Ribeira. Na sua parte superior observa-se o brasão real e as esferas armilares, símbolos do rei D. Manuel I, O Venturoso . Em frente encontra a igreja da Misericórdia (imóvel de interesse público do século XVI) considerada a mais valiosa das obras renascentistas do Algarve. Admire a fachada do famoso mestre pedreiro André Pilarte (concluída em 1551), onde se destaca o pórtico renascentista aberto por um arco de volta perfeita encimado pela imagem de Nossa Senhora da Misericórdia, ladeada pelos apóstolos São Pedro e São Paulo e pelas armas reais e da cidade. No interior destacam-se os retábulos de talha dourada e os painéis de azulejos azuis e brancos do século XVIII, representando as catorze obras da Misericórdia. Antes de visitar a Igreja e subir a Rua da Galeria, do lado esquerdo do Largo da Misericórdia, na Calçada D. Paio Peres Correia, pode ver um troço da muralha fenícia . Regresse ao Largo e suba a Rua da Galeria, visite a Igreja e siga até ao Palácio da Galeria , cuja origem remonta ao século XVI e a sua remodelação a meados do século XVIII. Admire a cantaria barroca do portal e das janelas do piso superior do mais notável edifício civil de Tavira, atual Museu Municipal. Entre, visite este Palácio e as exposições patentes. Depois desta visita, suba a calçada em direção ao Largo Abu Otmane, onde é possível observar a torre do relógio da igreja de Santa Maria do Castelo. Neste mesmo largo, à esquerda, a entrada do castelo de Tavira , a partir do qual se desenvolveram as muralhas da cidade. No interior do castelo ajardinado suba à torre octogonal e usufrua de uma magnífica panorâmica de Tavira, em especial dos telhados de quatro águas, tradicionalmente designados de telhados “de tesoura”, das cúpulas de várias igrejas, do rio e das salinas ao fundo. Aproveite para descansar um pouco. À saída do castelo encontra a igreja de Santa Maria do Castelo que terá sido edificada sobre a antiga mesquita maior muçulmana, no século XIII, após a reconquista de Tavira aos mouros pela Ordem de Santiago. Esta igreja foi reconstruída, após o terramoto de 1755, pelo arquiteto italiano Francisco Fabri. Antes de entrar no templo observe as estações da Via Sacra , lavradas em pedra e inscritas nas paredes exteriores. Admire o pórtico gótico da fachada principal. Na capela- -mor pode ver, no lado direito, o túmulo dos setes cavaleiros tombados na tomada da cidade e, à esquerda, o túmulo de D. Paio Peres Correia, mestre da Ordem de Santiago, aquando da conquista de Tavira. É possível observar, ainda, no seu interior, um núcleo de arte sacra. Ao sair da igreja, em direção ao Largo Dr. Jorge Correia, à direita, situa-se o antigo convento de Nossa Senhora da Graça , fundado no século XVI e adaptado, recentemente, a pousada histórica. No seu interior é possível visitar um núcleo arqueológico composto por vestígios de um bairro almóada, de finais do século XII e inícios do século XIII, importante testemunho do urbanismo de época islâmica em Portugal. De seguida vire à direita até ao Largo das Portas do Postigo, onde é possível visualizar, na Rua das Olarias, uma porta de reixa . Se continuar por essa rua, no final ao lado esquerdo, encontra o Antigo Hospital Militar (atual Messe Militar), o qual foi construído em finais do séc. XVIII. Regresse até à Pousada, desça a Rua D. Paio Peres Correia e contemple, à esquerda, a igreja matriz de Santiago , possivelmente edificada no local da antiga mesquita menor em inícios do século XIII. Este templo, reconstruído após o terramoto de 1755, tem no seu interior obras em talha, pintura e imagens de arte sacra. No final da Rua D. Paio Peres Correia chega a uma das principais artérias da cidade: a Rua da Liberdade. À esquerda surge o edifício dos correios e, em frente, a capela de Nossa Senhora da Consolação , cuja origem remonta a 1648, altura em que foi criada a confraria de Nossa Senhora da Consolação dos Presos. Esta confraria movia-se por um objetivo específico dar apoio moral e espiritual aos reclusos da antiga cadeia de Tavira que se situava no atual edifício dos CTT. Desça a Rua da Liberdade e, do lado esquerdo, após escadaria que conduz ao castelo, encontra a casa Irene Rolo (n.os 60-64), onde se pode admirar a porta manuelina do piso térreo e uma janela, no terceiro piso, que será uma das primeiras manifestações do renascimento em Tavira. Continue, observe algumas casas apalaçadas e, no n.º 36, visite a Casa Fotografia Andrade , a qual tem patente uma exposição que retrata a evolução da fotografia, de Tavira e dos Tavirenses, ao longo de 120 anos. De seguida, nos n.os 30,32, encontra um 18 edifício com características do Movimento Moderno, difundido pelo Algarve, nos anos 50/60 do século XX, e projetado pelo arquiteto Manuel Gomes da Costa. De regresso à Praça da República, saboreie um doce típico, beba algo, descanse e aprecie a paisagem. A partir deste local siga em direção à ponte antiga, mas volte, antes, na Rua Gonçalo Velho, onde se depara com um largo que, de acordo com os registos, foi, até ao século XVIII, a principal entrada da cidade amuralhada “Porta da Vila”. Aqui, encontra a capela de Nossa Senhora da Piedade e o Centro Interpretativo do Abastecimento de Água a Tavira , o qual dá conhecer um pouco mais sobre a história da cidade. Siga pela Rua dos Pelames até ao bairro 1.º de Maio (Bela Fria), entre e admire um dos troços de muralha defensiva (barbacã).