Visões do Gótico e do Manuelino

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Visões do Gótico e do Manuelino

TAVIRA
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Na colina de Santa Maria, cercada pelas muralhas do castelo, os conquistadores cristãos da Ordem de Santiago consolidaram a sua presença civil, militar e religiosa. Aqui se instalaram as primeiras igrejas, algumas reaproveitando o que restava das antigas mesquitas árabes. Será esse o caso da igreja matriz de Santa Maria, construída sob a iniciativa da Ordem de Santiago e edifício dominante da urbe medieval. Nos anos seguintes, nobres, clérigos e burgueses ricos procuraram projetar a sua memória para a posteridade, fundando capelas com missas e pagando generosas parcelas de arquitetura religiosa. Neste contexto, o gótico – reconhecido na arquitetura pela larga utilização do arco quebrado e de nervuras nas abóbadas – marcou as construções da vila durante a Baixa Idade Média (séculos XIII--XV). Todavia, a sua história é hoje feita de fragmentos, ou seja, de alguns poucos vestígios que sobreviveram ao passar do tempo, às catástrofes naturais, à alteração de gostos e às transformações da paisagem construída da cidade. A última fase do gótico em Portugal é conhecida como manuelino. O seu pleno florescimento decorre durante o reinado de D. Manuel I(1495-1521), não sendo alheio o interesse do monarca em dignificar o reino com empreendimentos à altura da glória alcançada pela expansão portuguesa no mundo. O manuelino afirma-se, sobretudo, ao nível da decoração arquitetónica. A sua ornamentação, exuberante e eclética, invade pórticos ou colunas interiores, enquanto nas abóbadas surgem complexas redes de nervuras. Os arcos quebrados góticos são substituídos pelos arcos polilobados, de ferradura, conopiais, em várias combinações, afirmando o gosto pela decoração avultada, pelo exótico e pelo fabuloso. Nesta época Tavira, elevada a cidade em 1520, constituía o mais próspero centro urbano do Algarve, beneficiando da sua situação estratégica no contexto da expansão portuguesa, apoiando a defesa e manutenção das praças conquistadas no Norte de África. O manuelino deixou aqui marcas, não sendo alheia a influência deixada pelos muitos e importantes artistas que por aqui passaram, a caminho das praças marroquinas onde desenvolveram o seu labor artístico ao serviço da Coroa.

Jardim de São Francisco

Antigo Convento de São Francisco

Pórtico do Antigo Mosteiro de Nossa Senhora da Piedade (ou das Bernardas)

Capela Quinhentista da Igreja do Hospital do Espírito Santo (ou de São José)

Antigo Mosteiro de Nossa Senhora da Piedade (ou das Bernardas)

Igreja do Hospital do Espírito Santo ou de São José

Palácio da Galeria

Portas Góticas do Centro Histórico

Igreja Matriz de Santa Maria do Castelo